Para Lula, se processo for aberto no Senado, Dilma sai e não volta
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu, nesta segunda-feira
(18), que a presidente Dilma Rousseff dificilmente voltará ao Palácio
do Planalto caso o Senado aprove a abertura do processo de impeachment
na Casa.
Essa avaliação foi feita durante reunião com o presidente do PT, Rui Falcão, e representantes de movimentos de esquerda.
É necessária a maioria simples para que o processo de impeachment tenha prosseguimento no Senado. Essa votação deverá ocorrer no início de maio.
Num prazo de até 180 dias depois, os senadores têm que decidir sobre o mérito do pedido de impeachment, cuja aprovação requer dois terços da Casa.
É necessária a maioria simples para que o processo de impeachment tenha prosseguimento no Senado. Essa votação deverá ocorrer no início de maio.
Num prazo de até 180 dias depois, os senadores têm que decidir sobre o mérito do pedido de impeachment, cuja aprovação requer dois terços da Casa.
Nesse
interregno, Dilma fica afastada do cargo, que passa às mãos do
vice-presidente Michel Temer. Numa reunião realizada no Instituto Lula, o
ex-presidente admitiu a dificuldade de Dilma reassumir a Presidência
depois que Temer ocupe a cadeira e conquiste o poder de negociação com
os senadores.
Lula também avaliou como remotas as chances de impedir o prosseguimento do processo no Senado. Rouco e visivelmente cansado, ainda segundo os aliados, Lula ouviu a opinião dos participantes do encontro.
Lula também avaliou como remotas as chances de impedir o prosseguimento do processo no Senado. Rouco e visivelmente cansado, ainda segundo os aliados, Lula ouviu a opinião dos participantes do encontro.
A
reunião teve a participação de Guilherme Boulos, coordenador do MTST
(Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Gilmar Mauro, líder do MST
(Movimento dos Sem Terra), do presidente do PT, Rui Falcão e do prefeito
de São Paulo, Fernando Haddad, além de presidentes de sindicatos e
diretores do Instituto Lula.
“Colocamos
a necessidade de construir uma mobilização de forma sistemática contra o
golpe”, relata Boulos, segundo quem “Lula mais ouviu do que falou”
durante as mais de quatro horas de reunião.
“Foi uma conversa para fazer um balanço do que aconteceu ontem e pensar no que vamos fazer”, afirmou Rui Falcão, na saída do encontro.
“Foi uma conversa para fazer um balanço do que aconteceu ontem e pensar no que vamos fazer”, afirmou Rui Falcão, na saída do encontro.
A
exemplo de Boulos, Gilmar Mauro propôs uma agenda de mobilização, com
nova palavra de ordem, para reverter a situação no Congresso. Ele afirma
que o desempenho dos deputados na sessão de domingo (17) pode criar uma
reação na sociedade. O dirigente do MST disse que, embora não tenha
ainda consenso na reunião, sua opinião é de que não existe chance de o
governo se sustentar caso se consuma a saída de Dilma.
“Não
há nenhuma chance de o governo Temer/Cunha andar. Nenhuma. A população
não deixará. Essa é a certeza que eu tenho e a avaliação que eu faço.
Não posso dizer que foi uma avaliação da reunião toda, mas muitos
concordam. O que vimos ontem em Brasília foi uma aula de cretinice.
Acredito que a partir do que os deputados mostraram para o Brasil,
muitas mudanças vão acontecer na consciência das pessoas”, completou.
Na reunião, a proposta de antecipação das eleições foi alvo de discussão. A maioria dos participantes lançou dúvidas sobre sua viabilidade.
Na manhã desta terça (19), Lula participará de reunião do diretório nacional do PT para avaliação do cenário. Na quarta-feira, ele prestigiará o ato das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Também na quarta, o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá decidir se ele pode assumir um ministério do governo Dilma.
Na reunião, a proposta de antecipação das eleições foi alvo de discussão. A maioria dos participantes lançou dúvidas sobre sua viabilidade.
Na manhã desta terça (19), Lula participará de reunião do diretório nacional do PT para avaliação do cenário. Na quarta-feira, ele prestigiará o ato das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Também na quarta, o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá decidir se ele pode assumir um ministério do governo Dilma.
Da Folha: CATIA SEABRA,CAMILA MATTOSO
DE SÃO PAULO
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