domingo, 4 de agosto de 2013

CEMITÉRIO; AQUI TODOS SÃO IGUAIS...
Na maioria das vezes, as pessoas só procuram um cemitério quando algum ente querido ou conhecido passou dessa para melhor. Ou para pior! Quem o sabe?
O mais engraçado ainda, é que diante do corre-corre da vida, a maioria se esquece de visitar seus familiares falecidos. O que mais chama a atenção é o fato das pessoas se esquecerem de visitá-los ou até mesmo, de rezarem por eles.
Pensam que depois da morte, tudo acaba. Se esquecem que na realidade tudo começa. É o Paraíso, para os verdadeiros filhos de Deus. É o Purgatório para os menos bons! Ou a perda eterna para os maus e impenitentes!
Ainda assim, fico imaginando que nos milhões de lares do mundo inteiro, aqueles que participavam do nosso dia-a-dia, e que morreram, por muitos foram já apagados ou deletados da memória. E como esquecem fácil!
Caminhando e rezando pelos cemitérios de algumas cidades, observo que fora da época de finados poucas pessoas frequentam aqueles locais Santos.Uns não vão por medo, outros por tola superstição, outros por preguiça e a maioria por nunca ter entendido o quão sublime é rezar pelas almas.
Quando muito, e que já se observa nos finados, às pessoas levam consigo um punhado de flores e depositam no local. E após relembrar as datas de falecimento dos parentes, pelas placas ali colocadas, simplesmente partem para a jornada da vida, sem ao menos, recitar umas breves orações.
Nem uma só Ave Maria sai de seus lábios. Quando somente a oração adianta! Porque as flores murcham, o túmulo suja novamente, mas as orações ficam para sempre. Poucos, muito poucos, são os que rezam pelas almas do Purgatório, isso quando todo católico tem isso por obrigação.
Enquanto se está no cemitério é motivo de demonstrar tristeza, após a saída pelos portões, eis que retorna a alegria, esquecendo-se de tudo. É como se observa nos velórios na maioria das vezes: muitos choram ali diante do falecido, mas porque deixaram de amá-lo em vida. Choram porque ficaram devendo amor a eles. Choram de remorso, coisa que aos poucos também passa. Será que passa?
Nos velório é assim: o sujeito chega sério e de óculos escuro, cumprimenta alguns presentes apenas meneando a cabeça. E tem ares de quem carrega as dores da perda. Depois parte em direção ao local onde está o falecido.
Após alguns segundos em silencio ao lado do corpo inerte, suspira profundamente e segue indo até os parentes, para o tradicional “meus sentimentos”. Será que ele fez uma prece pelo falecido?
Depois, saindo dali e já no lado de fora do velório, vemos o mesmo sujeito, sorrindo todo feliz, óculos escuros - já viram que os que não rezam vão de óculos pretos? - na meia altura da cabeça e entre os cabelos, narrando episódios do futebol, do carro, do churrasco preparado para o fim de semana, sobre a piada que ouviu numa viagem, entre outras coisas mais. E riem como se nada tivesse acontecido!
E o pobre finado foi esquecido! E tantas vezes esquecido para sempre. Pensam que o falecido, deles não mais necessita, pois era um homem bom, sem defeitos, cuidava bem dos filhos e da esposa, além do mais, não saía da igreja.
Ledo engano. Julgamento antecipado. Ato em si, que só cabe a Deus. Bom sim, mas pode estar ainda no Purgatório, e sofrendo horrores lá! Um sofrimento que pode se acentuar ainda mais a cada pessoa que chega ali perto do corpo e nem reza. Mas é somente disso que ele precisava! Claro, tantas vezes ele sofre, porque seu procedimento em vida foi igual.
Será mesmo que as pessoas se esquecem tão rapidamente do pai e da mãe que os criaram ou de um irmão ou irmã, que partilharam tantas coisas juntos? O que realmente pensam? Que seu dia não irá chegar?
É triste o abandono. E porque abandonam? Ao menos um pensamento a cada dia pelos falecidos, como isso ajuda e mantém em nós a chama da lembrança, da saudade e da oração. Quantos passam anos, décadas, sem lembrarem dos seus que partiram!
Aqui também é o fim da riqueza, orgulho e vaidades...
Aqui todos são iguais, não existem diferenças...

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